A vida do poeta tem um ritmo diferente(...)
Ele é o etemo errante dos caminhos
Que vai, pisando a terra e olhando o céu
Preso, eternamente preso
pelos extremos intangíveis" (Vinícius de Moraes, do poema "O poeta")

quarta-feira, 18 de abril de 2012

O PERDIDO




Tenho medo da Atlântida

Tenho medo de me confundir com ela

Algumas regras básicas não apreendo

e fico presa na minha própria garganta



No dia em que te vi do alto ventava

e não havia nada de novo: tu na metáfora da vida

e o resto sem cogitar a morte



Que morte? Do desejo insano,

da árvore condenada,

da menina que ficou na sala eternamente chorando

sem água para beber, para tomar banho

de cheiro, mineral, viva



Por isso tenho medo da Atlântida

De me perder...

Eu que sou continente

Tu que és conteúdo.   

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