Que vai, pisando a terra e olhando o céu Preso, eternamente preso
pelos extremos intangíveis" (Vinícius de Moraes, do poema "O poeta")
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Amor e seu tempo (Drummond)
Amor é privilégio de maduros estendidos na mais estreita cama, que se torna a mais larga e mais relvosa, roçando, em cada poro, o céu do corpo. É isto, amor: o ganho não previsto, o prémio subterrâneo e coruscante, leitura de relâmpago cifrado, que, decifrado, nada mais existe. valendo a pena e o preço do terrestre, salvo o minuto de ouro no relógio minúsculo, vibrando no crepúsculo. Amor é o que se aprende no limite, depois de se arquivar toda a ciência herdada, ouvida. Amor começa tarde. Carlos Drummond de Andrade, in 'As Impurezas do Branco
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"Pista vazia esperando aviões..."